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Como vai a sua autoestima?

em quinta-feira, 14 de outubro de 2021

Para se ter uma autoestima equilibrada o mais importante é termos uma correta autovalorização

Cada um de nós possui representações mentais internas das pessoas mais importantes em nossa vida, inclusive de nós mesmos. A autor representação, ou autoimagem, pode ser coerente ou distorcida. Além disso, nós trazemos uma imagem mental do que gostaríamos de ser ou do que pensamos que deveríamos ser; é o ideal de ego. A autoestima é o resultado da correspondência entre a nossa autoimagem e o nosso ideal de ego. Quanto mais achamos que estamos próximos do jeito que gostaríamos de ser, tanto mais teremos a autoestima equilibrada; de forma contrária, quanto mais estivermos frustrados com os nossos próprios objetivos e aspirações, tanto mais a nossa autoestima estará baixa.

Foto ilustrativa: Wesley Almeida / cancaonova.com

A nossa autoimagem exerce uma grande influência em nossa vida, em nosso desempenho profissional e em nosso relacionamento interpessoal. O que pensamos a nosso respeito, a nossa autoimagem ou senso de autovalorização, influencia cada parte de nossa vida.

Aqueles que têm um bom e saudável senso de autovalorização se sentem importantes, acreditam que têm valor e irradiam esperança, alegria e confiança. Ao contrário, uma autoimagem inadequada nos tira a energia e o poder de atenção, necessários para bem nos relacionarmos com os outros; e um bom relacionamento interpessoal é fundamental em tudo o que fazemos. Nosso senso de inadequação nos impossibilita de amar e dar atenção aos outros, pois nos leva a nos sentir rejeitados e incompreendidos; temos medo do que possam pensar de nós, não nos sentimos bem em grupos e não nos aceitamos como somos.

Ter uma autoimagem inadequada faz com que nos preocupemos com as opiniões, elogios ou críticas dos outros, como fatores determinantes para a nossa vida. Um senso de autovalorização muito baixo nos torna escravos da opinião dos outros e nos impede de sermos nós mesmos.

O que você vê em si mesmo?

Por isso, quero convidar você para fazer um exercício neste momento e olhar para a sua imagem mental: o que você vê em si mesmo? Você está satisfeito com o que vê? Qual a visão que você tem de si mesmo quando se compara com outras pessoas?

Anote cinco pontos fortes e cinco fracos que você observa em si mesmo.

Em qual lista que você levou mais tempo para fazer as anotações? Na dos pontos fortes ou dos pontos fracos?

Precisamos aprender a nos ver como Deus nos vê, a descobrir quem somos, a assumir o nosso valor, que vem do fato de sermos imagem e semelhança de Deus, filhos de Deus, filhos amados de Deus.

São Paulo, na sua Carta aos Romanos (Rom 12,3), nos ensina: “Pela graça que me foi dada, recomendo a cada um de vós: ninguém faça de si uma ideia muito elevada, mas tenha de si uma justa estima, de acordo com o bom senso e conforme a medida da fé que Deus deu a cada um”.

A nossa autoestima precisa ser equilibrada: nem alta, nem baixa, para que saibamos lidar com os nossos limites e fracassos; e para que tenhamos relacionamentos sadios e uma autoimagem correta, sem depreciações nem elevações. Por isso, uma autoestima equilibrada é fundamental para todos nós, filhos de Deus, para que possamos evangelizar, para que sejamos alegres e felizes em toda e qualquer circunstância.

O que fazer para termos uma autoestima equilibrada?

Comece trabalhando a sua autovalorização, dando-se conta de que você é uma pessoa criada por Deus, imagem e semelhança de Deus, com limites e com qualidades. Você precisa entender que o seu valor não está no que você faz ou tem, está em você, no seu ser pessoa, com tudo o que você é, seu temperamento, seus dons e talentos.

Procure identificar quais são as suas qualidades e não só os seus limites. Aprender a lidar com os nossos limites, entender que ninguém é perfeito, que todos nós temos limitações e qualidades, é fundamental para uma autoestima e uma autoimagem equilibrada. Aprenda a não se cobrar tanto, e a não cobrar do outro também. Aprenda a se aceitar como você é. Nesse processo, aprender com as experiências vividas, com os erros e fracassos é fundamental. De tudo o que vivemos, precisamos tirar um lado positivo, uma aprendizagem, assim, nada passa em vão, tudo tem o seu devido proveito.

Atividades físicas, fazer coisas simples no seu cotidiano que você gosta, ter um tempinho para cuidar de si mesmo, do seu corpo e de sua saúde, também favorecem a autoestima.

Concluindo: para se ter uma autoestima equilibrada o mais importante é termos uma correta autovalorização, sabendo lidar com os nossos limites e fracassos. Como há um bom caminho pela frente a seguir, para trabalharmos em nós mesmos, coloquemo-nos a caminho. O colocar-se a caminho já é uma atitude que faz crescer a autoestima e, aos poucos, dia após dia, num processo que, às vezes, é lento, mas que precisa ser contínuo, vamos atingindo a justa estima de nós mesmos.

Manuela Melo

Neuropsicóloga e Psicóloga Clínica, Manuela Melo cursou MBA em Gestão de Pessoas. Membro da Comunidade Canção Nova por 20 anos, hoje a psicóloga atua em Recife e Surubim, ambas cidades do Estado de Pernambuco, onde ela reside atualmente. Contato: manuelamelocn@gmail.com


(FONTE)

Auto estima e amor ao próximo

 



Na cultura moderna e urbana, muitos se sentem desvalorizados diante do que percebem nas redes sociais e da maneira como são tratados quando destoam do comportamento que está mais na moda. Essa desvalorização pode incapacitá-los para muita coisa boa porque quem não acredita em seu próprio potencial já se sente derrotado antes de começar qualquer tarefa. É o que nos comunica esta parábola:

      Sapinhos tentavam subir um morro. O pessoal em volta gritava: Vai cair! Vai cair! E eles de fato iam escorregando e caindo. No final, só um chegou ao alto do morro. E conseguiu isso porque era surdo… 

Podemos ter catequizandos com problemas de falta de auto estima, especialmente em comunidades mais pobres. Auto estima não é vaidade, é  condição necessária para por em ação seus talentos e realizar boas obras. O grande mandamento que Deus nos deu é “amar ao próximo como a si mesmo”. Deus se expressou assim porque sabe que quem não reconhece seu próprio valor está despreparado para prestar serviço ao próximo porque não se percebe capaz de fazer algo que preste. Não é óbvio? Se alguém não se valoriza, se acha sempre incapaz, não vai ter animação para realizar algo melhor, para ajudar outros, para corrigir o que estiver errado. Só vai saber dizer: eu não levo jeito para isso, vou passar vergonha se tentar...

Numa grande cidade, podemos ter no mesmo grupo gente de classe média, com boa instrução e outros que moram na favela mais próxima e estão acostumados a ser desvalorizados. Aí temos que dar a eles uma atenção especial. É importante comemorar seus aniversários (até porque alguns  não conseguem isso em casa). Mas é preciso também mostrar que são capazes de fazer coisas que a comunidade vai saber apreciar, como, por exemplo: participar de um coral e de dramatizações, ser percebidos como “ajudantes” de trabalhos catequéticos, ter seus desenhos expostos em cartazes. Precisam ouvir muitas vezes as frases “mágicas”, do tipo: Eu sei que você consegue! Seu trabalho ficou bem bonito! Estamos precisando da sua ajuda! Se desta vez não deu certo, tenho certeza que da próxima vez você vai conseguir!

Pessoalmente, numa situação difícil,  um dia recebi uma valorização desse tipo que mudou minha vida. Experimentei um grande desastre no meu estágio no curso de formação de professoras. Tinha que dar uma aula e não consegui porque, sem saber o que fazer com alunos que eram muito indisciplinados, saí correndo da escola, abandonando a turma. Aí pensei em desistir de ser professora. No fim do mês, veio uma nota 9 em Prática de Ensino no meu boletim. Fui procurar a professora porque achei que não estava certo, que eu merecia um zero. E ela me disse: “ _Não dei nota para a professora que você foi naquele dia, dei nota para a professora que um dia tenho certeza que você vai ser. Aquilo foi um acidente, não é algo que define você. Mas essa história ainda não acabou porque você vai dar aula de novo e eu vou estar lá para acompanhar o trabalho que sei que você pode fazer.” Minha carreira profissional, que acabou sendo muito proveitosa, não teria nem começado se não tivesse recebido esse valioso estímulo. Então percebi que o melhor modo de agradecer à dedicada professora que tinha feito isso por mim seria lembrar sempre esse episódio quando algum aluno estivesse desanimado e saber mostrar confiança no potencial dele como ela havia feito comigo. Na catequese isso é ainda mais importante porque não estamos só “ensinando coisas”, estamos apresentando pessoas ao amor de Deus. 

Uma das tarefas importantes da catequese é aprender a valorizar as pessoas. Afinal, fomos todos criados por Deus, um artista que só faz obras especiais. Eis uma atividade que poderia ser proposta aos catequizandos durante uma semana: a cada dia, diante da primeira pessoa que encontrarmos, descobrir algo bom nela e fazer-lhe um elogio; depois, ao encontrar uma segunda pessoa, contar o que elogiamos na primeira e dizer que acreditamos que ela também tem uma qualidade boa assim. Então poderíamos refletir sobre uma frase de William Arthur Ward: “Quando procuramos descobrir o melhor nos outros, de algum modo mostramos o melhor de nós mesmos.” 

Amor ao próximo exige caridade com os necessitados, é claro. Mas não é só isso. É também saber agradecer a Deus por todo bom potencial que vemos em nós e nos outros. Aí vamos estar mais preparados para fazer coisas boas, já que uma das nossas missões neste mundo é melhorar relacionamentos e nos unirmos para transformar o que precisa ser mudado.

Assim, os catequizandos não têm só que “aprender” o que identifica sua religião. É importante serem convidados a fazer boas obras uns com os outros e, juntos, estarem participando de atividades comunitárias que ajudem a melhorar algo na sociedade. 

Igreja é espaço comunitário, onde se percebe que juntos fazemos mais, descobrimos coisas mais importantes e nos capacitamos para deixar uma boa marca por onde passamos. É bom perceber sempre que a oração que Jesus ensinou quer que cada um se dirija a um Pai que é “nosso”, de todos. Não é algo que se limite à pessoa que está rezando. O Pai é “nosso”, o seu Reino é para vir a “nós”, o pão que pedimos é “nosso” (para todos); o perdão que pedimos está ligado ao perdão que nos comprometemos a oferecer aos outros; sabemos que a vontade de Deus – que pedimos que seja feita na terra como no céu – é que cada um ame ao próximo como a si mesmo. Não basta ensinar o Pai Nosso na catequese, é preciso testemunhar o que ali está implícito na maneira de conviver, dentro e fora da Igreja, com os filhos desse Pai que ama a todos.

Therezinha Motta Lima da Cruz

Foi assessora nacional de catequese. É autora de vários livros de Catequese e Ensino Religioso. 

(FONTE)

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